40 anos de Farmacologia na UFC: simpósio internacional em Farmacologia da Inflamação e do Câncer
Data de publicação: 3 de outubro de 2018. Categoria: Eventos, Internacionalização
Em alusão aos 40 anos da PG em Farmacologia, ocorreu em Fortaleza, no último dia 22 de setembro de 2018 o 2° Simpósio Internacional “Farmacologia da Inflamação e do Câncer Prof. Ronaldo Ribeiro”. Liderado pelo Laboratório de Farmacologia da Inflamação e do Câncer (LAFICA), o simpósio integrou grupos de pesquisa da PG em Farmacologia com o grupo do Professor Emílio Hirsch e da Professora Alessandra Ghigo, ambos da Università degli Studi di Torino-Itália. Além deles, esteve presente ao encontro o Prof. Luís Felipe Ribeiro Pinto, do Instituto Nacional do Câncer (INCa) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro como convidado externo.
Da esquerda para a direita: Emilio Hirsch, Roberto Lima Jr, Alessandra Ghigo, Luís Pinto, Deisy Wong e Mariana Vale.
Com o auditório do NPDM lotado, foram discutidos assuntos relacionados ao papel das isoformas de fosfoinositideo 3-cinases (PI3K) na regulação da função cardíaca e da tumorigênese. No coração, a subunidade catalítica da holoenzima PI3Kγ é regulada sob condições de stress e desencadeia uma remodelação cardíaca adversa e, em última análise, insuficiência cardíaca. PI3Kγ também é encontrada no microambiente tumoral e indiretamente favorece o crescimento do câncer promovendo o tráfego de macrófagos e a polarização imunossupressora, que juntos previnem a morte de tumores mediada por células T.
A iniciativa resulta principalmente do estágio de pós-doutorado recém realizado pelo Prof. Roberto César Lima Jr. no laboratório do Prof. Emílio Hirsch na Itália e contribui como mais uma das iniciativas que integram as pesquisas em Farmacologia na UFC com a comunidade científica internacional. Durante seu estágio pós-doutoral, o Prof. Roberto César participou ativamente da construção de parte da pesquisa, o que resultou na publicação de artigo no prestigioso periódico Circulation (2018 F.I. 18,880). O estudo propôs a inibição da PI3Kγ como um meio eficaz para prevenir os efeitos colaterais cardíacos da doxorrubicina ao mesmo tempo em que se impulsiona sua ação anticancerígena.
O estudo pode ter implicações clínicas relevantes. Em virtude dessa ação dupla cardioprotetora e anticâncer, a inibição da PI3Kγ pode idealmente se encaixar nos regimes quimioterápicos de tumores sólidos e hematológicos, incluindo a forma altamente prevalente de câncer de mama. Além disso, inibidores da PI3Kγ estão atualmente em testes clínicos, e futuros estudos translacionais podem ajudar a validar os resultados apresentados.
Parte dos resultados do estudo mostrando o efeito duplo cardioprotetor e inibidor do tumor decorrente da inibição da PI3Kγ.
Abaixo a referência completa do estudo:
Circulation. 2018 Jan 18. pii: CIRCULATIONAHA.117.030352.
Li M, Sala V, De Santis MC, Cimino J, Cappello P, Pianca N, Di Bona A, Margaria JP, Martini M, Lazzarini E, Pirozzi F, Rossi L, Franco I, Bornbaum J, Heger J, Rohrbach S, Perino A, Tocchetti CG, Lima BHF, Teixeira MM, Porporato PE, Schulz R, Angelini A, Sandri M, Ameri P, Sciarretta S, Lima-Júnior RCP, Mongillo M, Zaglia T, Morello F, Novelli F, Hirsch E, Ghigo A.
